02 fevereiro, 2007

Missão China

Teve inicio a 30 de Janeiro uma visita de 4 dias do Governo Português à República Popular da China. Vários eram os objectivos à partida, sublinhando-se sobretudo os de cariz económico e financeiro. Numa tentativa de aliciar os investidores de um país que apresenta uma incrivel TMCA (Taxa média de crescimento anual) de 11,8% desde o ano de 2000 para cá, o Governo Português tem apresentado diversos projectos made in Portugal, bem como vários aliciantes.
De referir que o crescimento económico da China assenta em 3 pilares principais: investimento em infra-estruturas, consumo interno e exportações. Em PPC (Paridade do Poder de Compra) o PIB chinês é já hoje o 2º maior do mundo, apresentando um impressionante valor de 8.680PPP em comparação com os 12.455PPP dos EUA. Com os a actual política de crescimento, estima-se que a China apresente, com substancial diferença, o maior PIB do mundo em 2030 (num valor aproximado de 63.480 PPP em comparação com 49.169 PPP dos EUA (em 2º lugar).
É óbvio que, partindo destes dados, a visita portuguesa pode-se vir a reflectir num acto de imenso valor estratégico para o nosso país. Tal esperança resulta, também, e nitidamente, de uma interessante abertura do mercado chinês para o "selling into China". Isto significa que o mercado chinês tem demonstrado uma grande aptidão para a recepção de investimento estrangeiro em várias áreas (ex. bens alimentares e bebidas, electrodomésticos, média e intertenimento, retalho, têxtil e calçado).
A China apresenta também alguns problemas. As condições atmosféricas do território chinês têm vindo a piorar exponencialmente, muito devido ao boom industrial que tem vindo a apresentar. A sustentabilidade do meio ambiente é um desafio para os chineses. É também um desafio a tendência para o envelhecimento populacional, já que vai acabar por determinar um esforço na área da saúde e bem-estar. São estes problemas que terão que ser equacionados pela China recorrendo a um aproveitamento da "globalização económica". Uma das possíveis soluções, avanço eu, será recorrer a um investimento externo, através da criação de clusters de mercado fora do seu território.
A recepção de investimento externo chinês e reciproca exportação para o mercado asiático interessa a Portugal. Daí que se siga esta visita portuguesa com bastante interesse e expectactiva. De entre os acordos já celebrados pode-se contar (por exemplo):
económicos -
1 - Caves Arcos do Rei, Lda. - Yantai Kaisite Chateau Winery Co. Ltd. – Guozheng – Investimentos Financeiros, Lda – Acordo para a cooperação entre as companhias com vista a explorar oportunidades de promoção de vinhos portugueses, programas de educação e vendas de vinho;
2 - Tekever-Ufida - Assinatura de acordo de cooperação com vista ao aprofundamento das relações entre as empresas, nomeadamente com a comercialização na China de um produto conjunto (TIC), construído com base em tecnologia da TEKEVER em ligação aos produtos da UFIDA.
3 - Sociedade Portuguesa de Inovação – Haidian Science Park – Acordo de cooperação em projectos de investigação no âmbito do 7º Programa Quadro de Investigação da UE e cooperação com PME’s dado Parque nas áreas de transferência de tecnologia e I&D.
Oficiais:
1 - Memorando de Entendimento entre o Ministério das Finanças da República Popular da China e o Ministério das Finanças e da Administração Pública da República Portuguesa, relativo à Cooperação Bilateral no Domínio Financeiro.
2 - Memorando de Entendimento entre o Ministério da Economia e da Inovação da República Portuguesa e o Ministério do Comércio da República Popular da China para a Criação de um Grupo de Trabalho sobre Investimento Bilateral.
Esperam-se novos desenvolvimento desta visita até ao seu término no dia 3 de Janeiro, pelo que é sempre interessante seguir os principais passos no www.missaochina.gov.pt

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